■ SÃO MARUM
A primeira fonte de informação que diz respeito a São Marum é uma carta que São João Chrisostomo mandou em 405, de seu exílio de Cucusa, na Armênia, a Marum sacerdote eremita , na qual pede sua oração e se lamenta porque não pode visitá-lo pessoalmente. Esta carta é um testemunho autentico de um contemporâneo que conheceu pessoalmente São Marum e apreciou muito a sua piedade.
A segunda apareceu uns vinte anos mais tarde. É a famosa obra Historia Religiosado Bispo, historiador e teólogo, Theodoreto de Cyr (Quroch) que deu maiores informações sobre a vida do eremita São Marum e de sua influencia espiritual sobre seus discípulos e sobre o povo no região norte da Síria.



Segundo o Bispo de Cyr ( 393-452), na segunda metade do século IV e nos princípios do século V, sobre uma montanha situada na região da Apaméia, vivia um santo anacoreta chamado Marum. Retirou-se na aquela montanha, perto de um templo pagão que ele próprio convertera em igreja. Dedicava-se à oração e à penitencia. Vivia dia e noite ao ar livre. Poucas vezes , quando o frio ou o calor chegavam ao extremo, ele se refugiava sob uma tenda de pele..
Theodoreto disse também que São Marum, de origem antioquena, foi dotado de muita sabedoria que fez dele grande diretor de almas. A austeridade de sua vida e o dom dos milagres do qual foi favorecido fizeram dele uma das grandes celebridades da região naquela época. Deus sendo rico e generoso para com os seus santos o gratificou com o dom de curar as doenças. Sua fama espalhou-se em toda a região. As multidões acorriam a ele... Com efeito, a febre parava sob o rocio de sua bênção , os demônios fugiam, os enfermos recuperavam a saúde pela virtude de um único remédio: a oração do Santo. Porque os médicos prescrevem um remédio para cada doença, mas a prece dos amigos de Deus mostra-se como o remédio que cura todas as doenças. Contudo, Marum não curava somente as doenças do corpo, ele curava igualmente as doenças da alma. Libertava uns da avareza, outros do ódio, ensinava a uns a lei da justiça e acordava outros do sono da negligencia.
O mesmo historiador chama São Marum de: “O Grande, o Sublime, o Divino”. Por suas orações e pregações ele convertera muitas pessoas da cidade de Cyr (Curoch) e de toda a região norte de Síria ao Cristianismo e se tornou um exemplo a ser seguido. Ele foi considerado um dos fundadores da vida monástica no Oriente. Numerosos foram os discípulos, homens e mulheres que, seguindo o exemplo deste eremita e querendo imitá-lo, transformaram as cavernas, as grutas, os morros em ermidas. Todos esperavam a visita do Santo para escutarem seus sermões e receber dele as orientações necessárias para a vida ascética e mística.
Assim, podemos entender a conclusão entusiasta de Theodoreto, contente de ver os frutos da piedade crescendo muito, nos jardins de sua diocese: “Em suma, o ensino do Santo fez crescer muitas plantas para a sabedoria celeste. Marum cultivava para Deus este jardim que floresce em todas as regiões de Cyr”.
O famoso historiador termina a biografia de São Marum falando de sua morte que ocorreu perto do ano 410, depois de uma breve doença mostrando no mesmo momento a fraqueza da natureza e a sua força espiritual. Odesejo de conseguir seus restos mortais levou a uma forte disputa entre os habitantes das cidades vizinhas. Porem, os habitantes da maior cidade vizinha, chegaram a grande numero, expulsaram aos outros, e levaram esse rico tesouro. Mas tarde construíram sobre seu tumulo uma grande igreja.
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FONTE: Eparquia Maronita do Brasil
https://www.igrejamaronita.org.br/conteudos/?eFh4fDExNQ==